Com a divisão do Oculus, Meta (Facebook) é investigado por monopólio mais uma vez

Com a divisão do Oculus, Meta (Facebook) é investigado por monopólio mais uma vez

O governo americano iniciou mais uma investigação de monopólio envolvendo o Meta, empresa anteriormente conhecida como Facebook, mas, desta vez, o alvo é a divisão que fabrica o Oculus, headset de realidade virtual da empresa.

Na semana passada, a Comissão Federal de Comércio do Governo dos Estados Unidos (FTC – Federal Trade Comission) foi autorizada pela justiça americana a investigar a empresa, visando desintegrar as aquisições do Instagram e do WhatsApp.

Na terça-feira (18) desta semana, no mesmo dia em que a Microsoft comprou a Activision Blizzard por quase US$ 70 bilhões, as autoridades americanas anunciaram uma revisão judicial da lei sobre fusão e aquisição por parte de grandes empresas da indústria tech.

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Agora, de acordo com fontes próximas do Meta (Facebook) e da FTC, o alvo a divisão que fabrica os headsets Oculus. Não surpreendentemente, a alegação da ação são “potenciais práticas anti-competitivas” por parte da empresa.

A Ação é feita pela em conjunto com alguns estados dos EUA, incluindo os estados de Nova York. Além do estado de Nova York, o Tennessee e a Carolina do Norte também fazem parte do grupo. Nos últimos meses, junto da FTC, as autoridades desses estados interrogaram desenvolvedores que criam aplicativos para o Oculus.

Facebook, atual Meta, copiou funcionalidades de apps para o Oculus

O FTC e o grupo de estados americanos começaram a entrar em contato com os desenvolvedores no ano passado. Aliás, logo após uma investigação do Departamento de Justiça, em 2020, durante a presidência de Donald Trump.

À época, as diligências afirmavam que a divisão de realidade virtual do então Facebook indicavam que a empresa havia se tornado muito poderosa. Em um depoimento ao congresso americano, durante esse inquérito, uma deputada americana afirmou que o domínio do Facebook é atribuído a uma estratégia simples.

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A deputada Pramila Jayapal interrogando Mark Zuckerberg em julho de 2020 durante inquérito sobre monopólio no setor de VR. Créditos: CNN

Durante uma conferência virtual com Mark Zuckerberg, a deputada Pramila Jayapal afirmou que o Facebook copia, adquire e extermina qualquer empresa que possa ser uma possível concorrente.

Um exemplo marcante é o aplicativo de monitoramento fitness Yur, lançado em 2019, que perdeu impacto quando o Meta (Facebook) lançou uma atualização do software do Oculus para prevenir que a tecnologia do Yur funcionasse em jogos.

De acordo com Cix Liv, criador do app, no ano seguinte, o lançamento do Oculus Move foi a prova de que o Meta copiou as funcionalidades de seu aplicativo.

Semelhanças entre o Yur Fit e o Oculus Move. Créditos: Cix/Twitter

Além disso, Cix lista mais seis aplicativos que tiveram suas funcionalidades copiadas pelo Meta (Facebook). Por exemplo, o Oculus Horizion possui recursos bem similares ao Rec Room.

Baixo preço dos headsets é o motivo pelo domínio do Oculus no mercado

De acordo com as fontes do Bloomberg, as autoridades americanas estão investigando a forma como o Meta (Facebook), a maior empresa de rede social, pode estar se aproveitando do seu poder de mercado no setor de realidade virtual para inibir a concorrência.

Durante os interrogatórios, as autoridades competentes às investigações de práticas de monopólio perguntaram aos desenvolvedores como a loja de aplicativos do Oculus, em tese, pode estar sabotando aplicativos terceirizados concorrentes do próprio software do Meta.

Além disso, o grupo de investigadores também se mostrou curioso em relação à estratégia de vendas do Meta (Facebook) no que diz respeito aos headsets Oculus. Segundo as fontes do Bloomberg, a questão envolve o fato de que, em comparação aos outros dispositivos, o preço do Oculus é bem inferior.

A propósito, o Meta (Facebook) vende o headset Oculus Quest 2 por US$ 299 (R$ 1.616,90), bem abaixo da faixa dos modelos da HTC e de outras empresas.

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O Oculus Quest 2 e o HTC Vive Plus.

Desse modo, atualmente, o Oculus é o produto líder de mercado em headsets de realidade virtual. O dispositivo corresponde por 75% das vendas de headstes VR no primeiro trimestre de 2021.

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Vendas do Oculus no primeiro e no segundo trimestre de 2021 desbancaram as principais concorrentes. Créditos: Couterpoint Research

Investigação pode atrapalhar os planos de criação do metaverso

Segundo os desenvolvedores, devido ao seu domínio de mercado, o Meta (Facebook) se aproveita para reprimir empresas que oferecem jogos e serviços concorrentes no Oculus.

Eles alegam, assim como a deputada citada acima, que a empresa copia as ideias mais promissoras. Além disso, o Meta dificulta o funcionamento apropriado dos apps na plataforma do Oculus.

O inquérito com os desenvolvedores de aplicativos para o Oculus indica que a investigação do FTC vai além das aquisições do Meta (Facebook). O grupo também investiga as diretrizes da loja de aplicativos do Oculus. Assim como a Apple e o Google, o Meta cobra uma taxa de 30% dos lucros aos desenvolvedores. Essa prática é considerada como uma forma de manter o monopólio sobre os desenvolvedores.

Por fim, a investigação de monopólio contra o Meta (Facebook) sobre o Oculus pode afetar os planos de Mark Zuckerberg na criação de seu metaverso. Os dispositivos de realidade virtual da empresa serão cruciais para a consolidação da nova obsessão do CEO da empresa.

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