Crianças não devem aprender a programar, devem deixar isso para IA, diz CEO da NVIDIA

Durante a Cúpula Mundial do Governo recentemente realizada em Dubai, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, fez uma afirmação um tanto polêmica ao sugerir que programar não é mais uma habilidade vital, mesmo neste estágio inicial da revolução da inteligência artificial (IA).

Huang argumentou que a programação, antes considerada essencial para os jovens, está sendo substituída pela IA, permitindo que os seres humanos possam se concentrar em conhecimentos mais valiosos, como biologia, educação, manufatura e agricultura.

Leia também:

Samsung revela Gauss, sua inteligência artificial para textos, imagens e programação
7 apps para quem deseja aprender programação

Ao invés de programar, as pessoas deverão focar em área mais úteis

Durante o evento, Huang afirmou que a evolução da tecnologia de computação deve chegar a um ponto em que ninguém precise programar, e a linguagem de programação seja naturalmente humana.

“É nosso trabalho criar tecnologia de computação de tal forma que ninguém precise programar. E que a linguagem de programação seja humana. Todo mundo no mundo é agora um programador. Este é o milagre da inteligência artificial”, declarou o líder da Nvidia.

Jensen Huang, CEO of Nvidia, argues that we should stop saying kids should learn to code.

He argues the rise of AI means we can replace programming languages with human language prompts thus enabling everyone to be a programmer.

AI will kill coding.pic.twitter.com/SxK9twhEby

— Dare Obasanjo🐀 (@Carnage4Life) February 24, 2024

Ou seja, Huang afirma que ao invés de focar em aprender a linguagem de programação, os jovens devem focar em habilidades que seriam mais úteis, uma vez que a parte da programação seria feita por IA. Ele ainda citou que pessoas especialistas nessas áreas, como biologia, educação, manufatura, agricultura e outras, poderiam focar o tempo em estudos mais produtivos dessa forma.

A única linguagem que as pessoas precisariam seria a que elas nasceram e foram criadas.

A afirmação de Huang pode ser polêmica, mas de fato serviu para alimentar algumas discussões sobre o assunto na internet. Muitas pessoas questionam como será de fato o futuro da programação e como a evolução crescendo de tecnologias como IA poderão influenciar nisso. A ideia do CEO da Nvidia de que programar não será mais uma habilidade essencial para o ser humano pode ser mais um passo de como as pessoas vão se preparar para o desenvolvimento de suas habilidades em um futuro cada vez mais impulsionado pela tecnologia.

Ainda assim, será preciso entender como aplicar a programação

No entanto, é crucial destacar que Huang não descartou a importância de entender como e quando aplicar a programação de IA. Ele enfatizou a necessidade de capacitar as pessoas para que possam utilizar a tecnologia de maneira eficaz. “É vital que capacitemos todos, e o processo de capacitação, acredito, será encantador, surpreendente”, afirmou o CEO da Nvidia.

Como esperado, a afirmação do CEO da Nvidia gerou reações divergentes, como observado nas redes sociais. O analista da indústria de tecnologia, Patrick Moorhead, expressou ceticismo em relação à ideia de que a programação seria eliminada pela IA.

Moorhead comparou essa perspectiva com previsões anteriores de que diversas linguagens de programação e ferramentas acabariam com a necessidade de programadores, destacando que essas previsões não se concretizaram. De acordo com ele, a IA não vai acabar com o estudo da programação e sim garantir que mais pessoas tenham acesso a esse tipo de habilidade.

O debate sobre o futuro da programação e o papel da IA na sociedade não se limita apenas aos círculos tecnológicos, mas também se estende ao mercado de trabalho. Um estudo recente da Bloomberry revelou que freelancers de escrita e tradução têm enfrentado desafios significativos devido à concorrência de IA. Porém, ao mesmo tempo, empregos em desenvolvimento de software aumentaram 6% desde a chegada do ChatGPT, indicando uma demanda contínua por habilidades de programação tradicionais.

Nesse contexto, o ideal seria conseguir um equilíbrio entre receber de braços abertos os avanços de tecnologias como de IA e ao mesmo tempo fazer com que elas valorizem e cultivem as habilidades humanas, e não apenas as substituam.

Fonte: tomshardware