Desenvolvedor de cheats de GTA 5 é condenado a indenizar a Rockstar em R$ 450 mil

Desenvolvedor de cheats de GTA 5 é condenado a indenizar a Rockstar em R$ 450 mil

O australiano Christopher Anderson foi condenado a indenizar a Rockstar Games e a Take-Two Interactive em um montante de aproximadamente R$ 450 mil. O motivo? A sua participação na criação de cheats para o jogo GTA 5. O processo judicial foi longo, durando cerca de quatro anos e incluindo até mesmo uma ação de busca e apreensão em sua residência.

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Atacando a raiz do problema

Em 2018, a Rockstar Games e Take-Two Interactive processaram diversas pessoas suspeitas de envolvimento na criação de um cheat chamado “Infamous“. A trapaça em questão permitia desbloquear várias habilidades no jogo. No entanto, Anderson foi o único indivíduo identificado publicamente. Todos os outros nomes foram mantidos em sigilo.

As empresas alegaram que os réus infringiram os direitos autorais do jogo ao copiar partes substanciais e permitir sua reprodução sem o consentimento da Take-Two Interactive. Depois de quase quatro anos, ambas as partes chegaram a um acordo para o pagamento de AU$ 130 mil (cerca de R$ 450 mil em conversão direta).

Um detalhe curioso é que o nome do juiz que proferiu a sentença é Nicholas Justice. Sim, esse é o nome dele mesmo. O pagamento da multa deve ser realizado em até 30 dias.

É evidente que a indústria de jogos tem optado por enfrentar a raiz dos problemas relacionados a fraudes em seus jogos. Em vez de simplesmente banir os jogadores e desenvolver ferramentas para identificar e bloquear os cheats, muitas empresas têm recorrido a processar aqueles que desenvolvem os cheats.

No entanto, simplesmente desenvolver um hack ou cheat por si só não é motivo suficiente para justificar uma ação judicial. Portanto, as empresas têm focado em violações de direitos autorais, pois os usuários precisam mexer nos códigos dos jogos para realizar as alterações que habilitam as fraudes.

Métodos poucos usuais neste tipo de processo

Durante o processo, ocorreu algo pouco usual em relação a este tipo de ação judicial. A Corte Federal da Austrália aprovou várias medidas de execução para investigar mais a fundo o caso. Como resultado, os oficiais puderam realizar buscas e apreensões em propriedades para adquirir evidências. Dentre elas estavam computadores e documentos diversos.

Por exemplo, o principal acusado, Christopher Anderson, teve itens como notebook, iPad e iPhone apreendidos como parte da investigação.

Além disso, a corte decidiu proibir os réus de participar de qualquer atividade relacionada à fraude em jogos online. Vale ressaltar que os réus devem fazer o que for preciso para tornar o mod “Infamous” completamente fora de ação.

Cruzada contra os cheaters

As empresas de jogos, especialmente aqueles com modo multiplayer online, travam uma verdadeira cruzada contra os cheaters. Hacks e trapaças para obter certas vantagens, como miras automáticas ou percepção da localização dos oponentes no mapa é comum em vários títulos.

A grande maioria dos jogadores fazem isso para garantir vitórias fáceis. No entanto, há também aqueles que usam mods para se destacar em plataformas de streaming, como Twitch e YouTube.

A principal forma de inibição dessas ações é o banimento de usuários. Vou citar dois exemplos. Em 2022, a PUBG Corporation anunciou que baniu 60 milhões de contas devido a cheats e outras trapaças ao longo de todo o ano de 2021. Outra empresa que se esforça para combater os cheaters é a Activision. Somente no primeiro semestre de 2021, mais de 500 mil jogadores foram banidos de Call of Duty: Warzone.

Uma abordagem mais eficiente talvez seja atacar a raiz do problema, como a Rockstar Games e a Take-Two fizeram. Qualquer jogador pode usar um cheat. Mas poucos são os que têm conhecimento e paciência para criá-los. Portanto, tirar esses jogadores de circulação pode ser mais eficaz.

Fonte: TorrentFreak

Sobre o Autor

Cearense. 34 anos. Apaixonado por tecnologia e cultura. Trabalho como redator tech desde 2011. Já passei pelos maiores sites do país, como TechTudo e TudoCelular. E hoje cubro este fantástico mundo da tecnologia aqui para o HARDWARE.
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