Etiópia criminaliza o uso de VoIP

Etiópia criminaliza o uso de VoIP

Tem coisas que acontecem só no Brasil, e outras que nem no Brasil acontecem. Assim como já tivemos experiência por aqui, as telecomunicações na Etiópia são monopólio de uma empresa estatal. Até aí nada de muito estranho, já que embora muitos argumentem contra, não existe nada de fundamentalmente ruim de o estado querer cuidar da estrutura de telecomunicações de seu próprio país em vez de entregá-la a multinacionais estrangeiras.

O grande problema é que neste caso o monopólio está indo na contramão do desenvolvimento, em uma medida que beira o absurdo. Vendo a popularização de serviços de VoIP como o Skype, Google Talk e tantos outros crescer a ponto de ameaçar a renda com as caras chamadas interurbanas e internacionais a partir de linhas fixas, o governo da Etiópia decidiu banir o uso de todo e qualquer serviço de comunicação VoIP, que além de medidas técnicas, prevê penas de até 15 anos de prisão. Como em muitos casos, a principal justificativa é a “segurança nacional”. 

Ainda não está claro como o governo pretende implementar tal proibição, mas a Ethio Telecom já é conhecida por um sistema anterior, que usa inspeção de pacotes para bloquear o acesso ao Tor. É possível que utilizem um sistema similar para detectar e potencialmente bloquear o uso de diferentes serviços VoIP.

Tal expertise técnica poderia ser melhor aproveitada caso decidissem melhorar os porcos serviços oferecidos pela empresa. Além de oferecer acesso à internet a apenas 700 mil  dos 84 milhões de habitantes do país, a velocidade média de acesso é de apenas 622 kbps e interrupções no acesso são constantes. Para efeito de comparação, no Brasil temos uma velocidade média de 1765 kbps e acesso para 37% da população, segundo dados do Akamai.

 

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