Gamers em pânico: empresas estão comprando massivamente placas de vídeo para treinamento de IA

Gamers em pânico: empresas estão comprando massivamente placas de vídeo para treinamento de IA

Num passado recente, os consumidores acabaram sendo prejudicados pelo boom da altcoin Ethereum, a valorização deu início a uma corrida desenfreada por placas de vídeo para mineração, causando um efeito devastador nos preços, tornando a compra de uma nova VGA para uso corriqueiro, como rodar jogos e aplicações, uma tarefa difícil e com preços super inflados.

Com a transição do algoritmo da Ethereum, a passagem do mecanismo de consenso prova de trabalho (PoW) para  prova de participação (PoS), a mineração via rigs, com diversas placas de vídeo, foi impossibilitada. Aqueles que adquiriram placas para minerar se desfizeram das peças, alguns inclusive aplicam golpes, vendendo placas com chips de memória pintados, para que os índicios visuais de que o hardware está detonado não fique aparente.

Um possível novo “vilão” para o segmento de consumo das placas de vídeo é a inteligência artificial. Empresas de TI estão comprando placas de vídeo para treinamento de IA.

Para essa finalidade, o recomendado são os aceleradores de IA, hardwares pensados exatamente para inferência de inteligência artificial, mercado que está tornando a NVIDIA ainda mais poderosa, já que ela é a principal fornecedora neste segmento. No entanto, a demanda por aceleradores está tão alta que muitas empresas simplesmente não conseguem acesso a esse componente. Os preços desses aceleradores também estão subindo, principalmente em mercados como a China.

No mês passado, o preço da GPU A800 da NVIDIA, usada para aplicativos de inteligência artificial (IA) e computação de alto desempenho (HPC), aumentou 20% na China, após rumores de que o governo dos EUA pode restringir as exportações de tais produtos para o país asiático.

A venda de hardwares estratégicos, como aqueles que ditam o avanço da IA, não se resume apenas a uma questão de mercado, implicações geopolíticas são cada vez mais determinantes.

A alternativa aos problemas de demanda com os aceleradores para IA é o uso de placas de vídeo convencionais. Recentemente o ex-hacker George Hotz, apelidado de Geohot, e reconhecido por invadir o iPhone e a Sony, se lançou no mundo da IA com uma startup, a Comma AI.

Pelo X, ex-Twitter, ele declarou que alcançou 7.38 PFLOPs de poder computacional devido a uma compra de um lote de placas de vídeo Radeon RX 7900 XTX da marca XFX. Hotz teria adquirido 60 unidades da RX 7900 XTX.


Essa manifestação pública reforça que está ocorrendo essa movimentação. Empresas estão buscando placas de vídeo de linhas voltadas para gamers para treinamento de IA. Grandes corporações que atuaram na linha de frente com a mineração também estão se voltando para IA.

Será que o mercado de placas de vídeo para o consumidor final pode ter um novo revés em relação à demanda, agora tendo como responsável a corrida por IA? Deixe sua opinião nos comentários.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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