O LTE não resolverá o problema do acesso móvel

O LTE não resolverá o problema do acesso móvel

Quando as operadoras começaram a oferecer planos de acesso móvel 3G, os planos ilimitados eram a regra. Por algum tempo, pareceu que a estratégia era efetivamente fazer com que as conexões móveis suplantassem o ADSL e o acesso via cabo, atendendo não apenas à quem queria acesso móvel, mas também a quem usa predominantemente em casa.

Entretanto, a ilusão demorou pouco. Logo as operadoras passaram a impor quotas cada vez mais baixas de tráfego, colocando o acesso móvel em seu devido lugar: uma tecnologia complementar, mas que não substitui as conexões fixas. Em resumo, você usa o 3G para ler os e-mails e acessar o twitter, mas usa o ADSL quando quer assistir vídeos ou fazer downloads.

A raiz do problema está no fato de que tanto os leilões das faixas de frequência quanto a implantação das torres são exorbitantemente caras, e cada antena de transmissão pode atender a um número limitado de clientes simultâneos. Do ponto de vista das operadoras, os custos são calculados com base em cada GB transferido (e não com base no número de clientes ou tempo de conexão) e é exatamente assim que elas passaram a cobrar os clientes. A época do “navegue à vontade” deu lugar ao “navegue o quanto conseguir, até acabar a quota”.

Com o surgimento do LTE, as esperanças se renovaram, mas o anúncio dos primeiros planos jogaram um novo balde de água fria. A Verizon, por exemplo, que está para ativar sua rede LTE neste domingo dia 05/12, anunciou que o plano de acesso 4G doméstico custará US$ 80 por mês, com uma quota de tráfego de apenas 10 GB e mais US$ 10 por GB adicional (sem contar os US$ 100 do modem e o contrato de dois anos). Em outras palavras, o LTE vem para amenizar o problema da velocidade de acesso, mas não para solucionar o problema dos preços dos planos, ou das quotas de tráfego.

A moral da história é que o objetivo das operadoras é ganhar dinheiro e a melhor forma de ganhar dinheiro é investindo o mínimo possível em infra-estrutura e cobrando o máximo possível dos clientes. Esta é uma lei básica do capitalismo, que ainda está muito longe de ficar obsoleta.

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