Netflix: expansão da cobrança por compartilhamento de conta será feita em breve

Netflix: expansão da cobrança por compartilhamento de conta será feita em breve

“O compartilhamento generalizado de contas de hoje (mais de 100 milhões de famílias) prejudica nossa capacidade de longo prazo de investir e melhorar a Netflix, bem como construir nossos negócios. Embora nossos termos de uso limitem o uso da Netflix a uma família, reconhecemos que essa é uma mudança para os membros que compartilham sua conta de forma mais ampla”

Esse é o trecho de uma carta aberta da Netflix voltada aos acionistas publicada ontem (19). 2023 será um ano definidor para a gigante do streaming. Além de tentar emplacar o seu modelo de assinatura com anúncios, o serviço também será mais implacável com uma das medidas consideradas mais impopulares em toda sua história: barrar o compartilhamento de conta.

A prática que já foi elogiada pela plataforma no passado, e que serviu como uma forma de subir a base de assinantes, hoje em dia, com as mudanças do mercado de streaming, impulsionado por uma concorrência mais forte, se transformou num empecilho para o serviço, que para se manter competitivo precisa seguir alocando um caminhão de dinheiro em novas produções originais e licenciamento.

Como de praxe, a Netflix colocou em prática em algumas regiões os testes em relação a uma cobrança para aqueles usuários que compartilham a conta com usuários que estejam fora do padrão aceito pela plataforma.

O compartilhamento de senhas é permitido apenas para pessoas que moram na mesma residência. Uma conta Netflix é para pessoas que moram juntas em uma única casa, destaca a plataforma em seu site. 

Essa verificação é feita considerando o endereço IP, IDs de dispositivos e atividades de contas de dispositivos conectados à conta Netflix. É justamente o agregado de critérios na avaliação que não impedirá que os usuários que acessem a conta possam desfrutar do streaming quando estiverem viajando, por exemplo.

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Até o momento, a Netflix cobra uma taxa pelo compartilhamento de senha em três países: Costa Rica, Peru e Chile. O valor adicional, convertendo para o real, chega na casa dos R$ 15. Nos EAU, segundo o The Wall Street Journal, a taxa adicional por cada usuário será de US$ 6,99 (R$ 36, em conversão direta).

Este ano a medida será expandida para outras regiões, deixando de lado o modelo de testes e sendo aplicado de forma oficial. Os planos da plataforma é lançar a novidade ainda no primeiro trimestre. Ainda não foi confirmado quando será implementado no Brasil.

 “À medida que lançamos o compartilhamento pago, os assinantes em muitos países também terão a opção de pagar mais se quiserem compartilhar a Netflix com pessoas com quem não moram”, diz a companhia em nota. 

A Netflix também pontuou que 2022 foi um ano difícil, com um início conturbado, mas com um final brilhante. A plataforma fechou 2022 com 230,75 milhões, 4% a mais que no ano anterior (7,7 milhões de novos assinantes). Lembrando que ao longo do ano a empresa chegou a acumular perdas histórias de assinantes, 200 mil assinantes no primeiro trimestre, e 907 mil no segundo trimestre.

A plataforma também já antevê tempos turbulentos com a imposição de uma taxa pelo compartilhamento da conta. A plataforma fala em uma queda da base de assinantes, mas acredita que é um período de transição, que tende a se estabilizar com o tempo.

Mesmo com os tropeços, a Netflix ainda segue ancorada em dois pilares: a plataforma ainda mantém sua capacidade de emplacar conteúdos que se tornam hype, gerando interesse global, além de se manter altamente competente na experiência que entrega ao assinante em seu aplicativo, independente da plataforma.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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