Panther Point: Uma prévia dos chipsets para o Ivy Bridge

Panther Point: Uma prévia dos chipsets para o Ivy Bridge

O lançamento do Ivy Bridge está marcado para a próxima segunda. Seguindo o lançamento do Sandy Bridge, o Ivy Bridge marca mais um “tock” da Intel, mantendo a mesma arquitetura básica, mas agora migrando para uma técnica de produção de 22 nm com o uso de transistores tri-gate (3d), contra os 32 nm com transistores regulares do Sandy Bridge. Apesar de a arquitetura do processador ter pouco mudado, o Ivy Bridge introduziu uma nova GPU, o que explica o processador ter agora 1.4 bilhões de transistores, contra os 1.16 do Sandy Bridge.

O Ivy Bridge mantém o uso do soquete LGA 1155, e ele continua compatível com placas baseadas nos chipsets da série 6x, sendo necessária apenas uma atualização de BIOS/UEFI para adicionar o suporte à nova arquitetura. Apesar disso, a Intel não podia perder a oportunidade de introduzir uma nova série de chipsets juntamente com o Ivy Bridge: a série 7x, que inclui o H77, Z75 e o Z77 (destinados ao mercado doméstico), juntamente com o Q75, Q77 e o B75, destinados ao mercado empresarial.

Tecnicamente, eles nem sequer são “chipsets”, já que tratam-se se um único chip. Desde o Clarkdale, a porte-norte do chipset (controlador de memória, chipset de vídeo, PCI Express, etc.) foi completamente integrada ao processador, fazendo com que o “chipset” passasse a ser apenas uma versão glorificada da velha ponte-sul, um chip relativamente simples, que se limita a oferecer as interfaces USB, SATA, etc. e alguns poucos recursos adicionais, comunicando-se com o processador através de um link DMI 2.0 e FDI outro (para o sinal do vídeo).

A principal mudança na nova família de chipsets é a introdução do suporte nativo ao USB 3.0, com os chipsets oferecendo 4 portas USB 3.0 e mais 10 portas USB 2.0 (contra as 14 portas USB 2.0 dos chipsets da série 6x). Anteriormente, os fabricantes interessados tinham que adicionar controladores USB 3.0 dedicados, que encareciam os produtos e ofereciam tipicamente apenas uma ou duas portas. É por isso que apesar dos benefícios em matéria de conexão de HDs externos e outros periféricos rápidos, o suporte a USB 3.0 continuou rarefeito nas primeiras levas de produtos.

Por outro lado, a série 7x marca a derrocada de um recurso de legado que dávamos como certo há até pouco tempo atrás, que é o suporte ao velho PCI. É bem verdade que o uso de placas de expansão em geral está em queda e, com exceção de quem tem periféricos especializados antigos, pouca gente usa placas PCI em PCs novos hoje em dia, mas de qualquer forma trata-se de um recurso icônico, cuja remoção desperta preocupação. Tendo isso em mente, a Intel optou por manter o suporte ao PCI no Q75, Q77 e B75, que são os chips destinados ao mercado empresarial, tipicamente bem mais conservador, realmente removendo o PCI apenas nos chipsets domésticos.

Sob vários pontos de vista, a remoção lembra o abandono do suporte nativo às portas IDE que a Intel realizou poucos anos atrás. Assim como no caso das portas IDE, é de se esperar que os fabricantes continuem oferecendo suporte ao PCI através de controladores externos, pelo menos na maior parte das placas. No final, com exceção de eventuais problemas de compatibilidade com sistemas operacionais antigos, pouca coisa muda.

Uma terceira mudança é que na série 7x todos os chipsets são capazes de utilizar o vídeo integrado do processador (incluindo o suporte a múltiplos displays em placas com duas ou três saídas de vídeo) removendo a limitação artificial que existia na série 6x, onde o P67, precisamente o chipset mais caro, destinado a overclockers, vinha com o suporte ao vídeo integrado desativado.

Como sempre, os 6 modelos diferenciam-se nos detalhes. O primeiro quesito é a questão do overclock. O Z77 e o Z75 oferecem o conjunto completo de funções, com possibilidade de overclocar tanto o processador quanto a GPU, enquanto os demais oferecem apenas as funções de overclock da GPU.

O Intel Smart Cache (cache do HD usando um SSD) está disponível em todos os modelos, com exceção do Q75 e do B75, que são os dois modelos mais baratos. O mesmo se aplica ao suporte a RAID, que também está disponível em todos os modelos, com exceção do Q75 e B75.

Assim como nos chipsets da série 6x, todos os modelos trazem suporte a SATA 600 (gen. 3), mas os modelos se diferenciam na configuração das portas. O Z77, Z75, H77 e Q77 trazem 2 portas SATA 600 e 4 portas SATA 300, enquanto o Q75 e o B75 trazem uma único porta SATA 600 e 5 portas SATA 300.

Como de praxe, a Intel diferenciou os chipsets também com base na configuração das linhas PCI Express. O Ivy Bridge oferece 16 linhas PCIe 3.0 para a conexão de placas de vídeo, mas a configuração das portas está atrelada ao chipset usado. O Z77 é o mais flexível, suportando até 3 slots x16 3.0 (um com 8 linhas e dois com 4 linhas), sendo o único da série a permitir nativamente a conexão de 3 placas de vídeo. O Z75 suporta dois slots com 8 linhas cada, enquanto os demais suportam apenas a configuração regular, com um único slot x16 3.0 com as 16 linhas de dados. Todos os modelos oferecem mais 8 linhas PCIe 2.0 adicionais no PCH para a conexão de slots x1 ou x4.

 

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