Em 2000, o software embarcado no Windows para consumo de mídia, o lendário Windows Media Player, já estava no mercado há dois anos. Foi na versão 7 do player, que vinha embarcado no pavoroso Windows ME, que surgiu uma das funcionalidades mais lembradas e divertidas de sua história: a personalização com skins.
A revista PC Mag, em sua edição de outubro de 2000, destacava que o player trazia correções e melhorias em diversas áreas, mas que “o recurso novo mais intrigante era certamente o suporte a skins – transformando completamente a interface do programa”. E foi exatamente isso que aconteceu.
Nos anos seguintes, a Microsoft, em parceria com inúmeras marcas, investiu pesado em skins que davam uma nova cara ao player, muitas delas com efeitos animados bem criativos.
Boa parte dessas skins foi desenvolvida por uma empresa chamada The Skins Factory. Grandes marcas como Disney, Alienware, Warner Bros. Entertainment, Sony Pictures e Universal Studios contratavam seus serviços para criar modificações exclusivas para o Windows Media Player. Muitas dessas skins estavam ligadas à promoção de produtos, como, por exemplo, a skin lançada em 2005 para divulgar o filme Batman Begins.
Assim como fez no campo dos navegadores — usando o Windows para impulsionar o Internet Explorer na guerra dos browsers contra o Netscape —, a Microsoft usou todo o poder de seu sistema operacional para promover o Windows Media Player. As skins se tornaram um atrativo importante para competir com o Winamp, que também apostava forte na estética e personalização.
Galeria: algumas skins do Windows Media Player
Paralelamente, a Microsoft soube engatar parcerias comerciais estratégicas, transformando as skins em uma plataforma de marketing poderosa, aproveitando a enorme base de usuários do Windows. O número de temas explorados foi altamente diversificado, indo de skins baseadas em Half-Life 2 até a exploração visual futurista dos produtos da Alienware. Algumas criações eram estranhas e, ao mesmo tempo, visualmente impactantes, como a skin “Headspace”.
Muita coisa mudou no mercado de consumo de música ao longo dos anos, assim como o comportamento dos usuários. Plataformas de streaming roubaram a atenção da massa, diminuindo a relevância do consumo de faixas locais, e uso dos players tradicionais.
As skins do Windows Media Player permanecem na memória de quem curtia música embalado por um visual caprichado. Mais do que um recurso nostálgico, elas são um exemplo claríssimo da estética Y2K, que faz menção a transição dos anos 90 para os anos 2000.
Caso você queira relembrar como eram as skins, ainda é possível utilizá-las no Media Player Legacy, presente no Windows. Basta baixá-las através deste link, confirmar a instalação ao clicar em “Sim” e, em seguida, selecioná-las no player e clicar em“Aplicar Capa” e ver a magia acontecer.